Capoeira



“A capoeira! É um jogo, é um brinquedo (...) É uma luta, é manha de mandigueiro (...) É um corpo arrepiado (...) É sorrir para o inimigo e apertar sua mão, Iê viva meu Deus! Iê viva meu Deus, Camará!”
Canção de Toni Vargas.

De acordo com Silva e Gonzalez (2010) a capoeira abrange múltiplas possibilidades conceituais, podendo ser definida como luta, jogo, dança, brincadeira, esporte, filosofia de vida, dentre outros, tendo na luta sua mais significativa expressão. Hoje é um dos ícones que representam a identidade cultural brasileira, assim como o samba, o carnaval e o futebol (OLIVEIRA; LEAL, 2009).
Mas por que tantas definições e ter na luta sua mais significativa expressão? Todas essas suas multifaces são devido à capoeira ter se originado como luta e ser uma prática cultural que está sob constante reinvenção, multiplicando seus sentidos, formas e maneiras de jogar, de acordo com o período histórico e contexto social a que esteve e está submetida (VIEIRA; ASSUNÇÃO, 2008).
Assim, tendo suas faces de luta, brincadeira, jogo, dança, etc, o capoeirista quando está jogando, projeta algo de si, o que percebe, o que sente e o que acredita ser a capoeira. Contudo, mesmo brincando, jogando e/ou dançando, sempre há uma tensão provocada pela imprevisibilidade, característica básica das lutas e uma intenção de “buscar” o outro - que se torna alvo e/ou referência - quando se está realizando cada um dos movimentos, sejam eles golpes, desequilibrantes ou acrobáticos.
        A imprevisibilidade está presente em todo momento, pois não é possível pressupor o que o capoeirista irá realizar, podendo surpreender a cada ação corporal. Além disso, a fluidez e a continuidade que a capoeira apresenta contribuem ainda mais para dificultar qualquer possibilidade de previsão daquilo que será realizado, o que se pode afirmar ser um dos motivos que tanto envolvem os praticantes e os que assistem um jogo de capoeira.

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